Inesquecível - Parte 2

Chegamos no clube morrendo de medo de não ter ninguém. Mas a música já rolava alto lá dentro. Do lado de fora a gente escutava em alto e bom som as mixagens do DJ. Assim que entramos, vimos aquela multidão espalhando-se pra tudo que,era lado. Sentamos num canto até o rock começar. A primeira banda subiu no palco, a maioria acompanhou dançando, pulando e cantando junto. E para intervalo, o DJ sobe ao palco denovo. Da segunda banda eu só lembro que alguém ficou sem um pedaço da guitarra. E então, intervalo. Quando o outro DJ subiu no palco, eu estava prestes a ter um ataque epilético. Ele era lindo, maravilhoso, tinha uma voz incrível, um corpo perfeito... Mas era gay. Eu tenho gaydar e assim que olhei pra ele, escutei uma sirene na minha cabeça. Então eu vi do lado dele, um cara bem mais baixo e nem tão bonito. Era seu namorado. Eu ri da situação. A gente numa festa punk e contrataram um DJ gay que ainda por cima foi com o namorado. Aí que eu percebi que vários dos meus amigos gays estavam lá, só que do outro lado da pista... Eu estava doida pra ouvir drag music no meio daquele povão e bater cabelo que nem uma louca. Fui lá pedir pra ele tocar Can't stop lovin' you, e ele disse que estava no repertório, logo tocaria. Então as meninas da outra banda tiraram ele do palco. Queria matar todas elas, uma por uma. Elas começaram a tocar e eu fui pro terraço ver se alguém tinha me ligado, e tinha. Retornei a ligação, fui ao banheiro dar um jeito no cabelo armado de tanto pular e voltei pro salão. O povo estava desanimado com as meninas cantando em inglês. Assim que elas terminaram, o primeiro DJ subiu ao palco denovo, pra minha decepção. Dançamos mais um pouco, até a outra banda subir ao palco e mandar o DJ embora. Essa foi a melhor banda da noite. Acompanhei quase todas as músicas. Só parei pra ir ao banheiro, onde aconteceu tudo o que está escrito no post abaixo. Quando voltei, a banda ainda estava no palco, mas o DJ lindo, maravilhoso e gay já estava arrumando as coisas dele denovo. Corri junto com os meus amigos pra ficar perto do palco e ouvir bem as músicas dele. Eu e mais dois amigos batemos cabelo como retardados no meio do povão que abria espaço pra gente. Até o primeiro DJ tirar o cat lá de cima e colocar funk pra tocar. Eu queria matá-lo, mas ele era meu amigo. Todos nós saimos pro terraço, até o DJ descer do palco e a quinta banda subir no mesmo. O cara que estava cuidando do som sumiu, então eles tocaram sem ajustar direito as coisas. Foi uma merda... Os intrumentos estavam altos demais e o microfone quase inaudível no meio daquele barulho. Fiquei sentada tentando fazer as minhas pernas pararem de doer. Quando percebi que eles tinham parado de tocar o DJ cat já estava colocando músicas denovo. Levantei correndo e fui dançar com meus amigos, esperando ansiosamente a minha música que ele ainda não tinha tocado. Dançamos, dançamos e dançamos, mas nada da música. Quando a sexta e última banda subiu no palco, minha música ainda não havia tocado. Ele desceu do palco e me disse que a música que eu pedi estava no fim do repertório, mas que assim que ele subisse no palco denovo, ele pularia algumas pra chegar nela mais rápido. A última banda fazia mais barulho que a anterior. Não ouvi nem uma vírgula deles. Estava realmente ficando irritada. Sentei no canto perto as caixas de som com meus amigos. Dois deles eram namorados e estavam se pegando num canto. Então eu e minha outra amiga começamos a atiçar nosso colega gay. Passou tudo numa fração de segundo: A gente bolinando ele, então ele vira por cima da minha amiga e eu pulei por cima dele. Foi uma coisa de louco. Quase todo mundo da festa parou pra olhar. Então eu percebi que eles estavam se beijando e saí de cima. Mais uma vez eu sobrei no meio de dois casais. Saí de lá pro terraço, esperando ansiosamente aquele barulho infernal da banda acabar. Era quase 3 da manhã quando acabou. Eu corri até o salão, desgrudei os dois casais e FINALMENTE minha música tocou. Nesse momento eu realmente acho que todo mundo parou pra olhar eu e mais dois amigos batendo cabelo como loucos. Quando a música acabou, eu estava muito cansada e dolorida pra dançar mais. Fizemos corações com as mãos pro DJ cat, nos despedimos de quem ia ficar e saímos. Os dois que bateram cabelo comigo vieram dormir na minha casa. Acordei ainda sem entender muito bem se foi sonho ou realidade, até ver os dois nos colchões ao pé da minha cama. Foi tudo maravilhoso, mas como a Pâmela disse: Toda ação, tem uma reação. Dor no pescoço .-.