No silêncio da madrugada

8 de março de 2010

Ao silêncio amigo da madrugada me entrego. Quando todos se calam, descansam e dormem... Vou dedilhando ao piano toda minha angústia, esse amor louco, a vontade desse homem... Já não é amor, é doença, pura demência. Na madrugada deixo que as lágrimas banhem meu rosto. O grito de amor engulo seco, peito aberto em chagas... Ah... Covardia idiota, até quando serei cativa? Pedaço de mim, fantoche do destino, escrava... Até quando suportarei o vulcão, a labareda? Seguir sendo nada, minha própria madrasta... Ele é meu dia, minha noite, minha alma. Senhor do meu corpo, do meu sangue. Meu segredo mais lindo, cruel, assassino... Que nega o calor, a felicidade desse instante. No silêncio da madrugada, fantasio seu toque, sorvo em seus lábios o vinho mais suave. Rasgo a partitura maldita, me atiro na cama e, no sonho, te tenho entre os lençóis de seda...

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